segunda-feira, 18 de junho de 2012

Na terra dos "sem acesso", quem tem 1 cateter é rei

Mesmo tendo fama de reclamona, notei que sou bem mais Poliana do que poderia imaginar. Hoje, apesar das adversidades (conto depois), acordei feliz por ter um cateter. Só Polianna pra passar a 6ª feira em jejum em função de um cirurgia que deveria demorar 40 minutos, mas durou 1h30 com requintes de crueldade (com anestesia, mas sem sedação, ouvindo todas as barbaridades que os médicos diziam durante as complicações cirúrgicas) e acordar na 2ª feira com dor de barriga e feliz!

Notem que eu disse Poliana e não Raul Seixas (Maluco Beleza). Minha alegria tem um motivo de ser, nesta 5ª feira tenho quimio e poderei ir serena ao hospital, não vou correr o risco de virar uma peneira ao tirar sangue e receber o medicamento. Simples, é só usar o cateter e pronto! Sem dor, sem medo, sem agulhadas intermináveis (estou até pensando em ficar com ele pra sempre kkkk).




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Hoje, conversando com uma amiga ao telefone, ela disse que havia se lembrado de mim ao ver uma matéria do fantástico. Eu me precipitei falando que não era novidade, que já sabíamos dos vários concursos públicos fraudados (meu marido está estudando para concursos)... E perguntei se ela havia visto a matéria sobre as plásticas estéticas que são feitas por médicos do SUS. Então, ela me revelou que estava se referindo a essa matéria, não a outra. Claro, né?! Ah, às vezes a gente esquece que tem mama de borracha...

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Falando em esquecimento... Poucos dias depois de eu raspar o cabelo pela primeira vez, fui ao hospital fazer o exame de sangue para a próxima sessão de quimio. Eu usava uma boina e estava tranquila com a minha careca. Papo vai, papo vem, falei para o enfermeiro: "Ah, o exame é porque estou fazendo quimioterapia..." Ele, simpático, respondeu: "Eu sei, estou vendo sua careca."

Muitas vezes as pessoas olham para mim e eu acho que elas vêem câncer. Como no comentário recorrente: "Nossa, você engordou!" E eu penso: "Ok, também não precisa ofender!" Elas, porém, estão pensando: "Nossa, que saudável, até deu uma engordadinha!" (porque muita gente fica esquálida, abatida, durante o tratamento). Mas, eu me esqueço do câncer, do tratamento, da careca e tento viver minha vida normalmente, dentro do possível.

Como diz a minha onco: "Sossega, Cristiane!"

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