sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Machucados, linfonodos e linfedemas

Eu moro perto do Batalhão da PM de Nova Friburgo (Isso mesmo, a cidade só tem um batalhão! Aliás, esse batalhão serve a não sei quantas outras cidades vizinhas... kkkk Um dia me acostumo... kkkk). Hoje, indo para o trabalho, me distraí com os soldados correndo e cantando aquelas musiquinhas (acho muito engraçado!), acabei tropeçando e levei um tombo horroroso! (vai, caçoa dos outros, que Deus castiga!)

A queda foi feia (vergonha! na frente do batalhão inteiro!!!), mas o estrago foi pequeno. O problema é que ralei a mão, e, como sempre acontece nessas ocasiões, machuquei exatamente o lado esquerdo, o operado. Para quem não sabe, durante a mastectomia pode ser feita retirada parcial ou total dos linfonodos (mais explicações abaixo). No meu caso, foram retirados somente os linfonodos sentinelas, mesmo assim os médicos me orientaram a tomar muito cuidado com o  braço esquerdo, para evitar o linfedema (inchaço do braço).

Na hora fiquei tão nervosa com a minha mão sangrando que nem aproveitei a paisagem daquele PM gatéeeerrimo que veio correndo me ajudar. Por que fui me preocupar tanto com a mão? Bem, que podia ter fingido uma torção no pé e pedido um colinho! (kkkk ok, maridão, ignore essa passagem kkk) Mas eu só conseguia pensar em como evitar um linfedema. Linfedema, não! Linfedema, não!

Fui até a farmácia mais próxima, fiz um curativo e liguei para minha amiga médica para confirmar se deveria fazer mais alguma coisa. Não, era só isso mesmo, manter o machucado limpo, protegido e observar se está cicatrizando normalmente.

Quer entender melhor o que são e como funcionam os linfonodos? Leia abaixo!


     
Os linfonodos ou gânglios linfáticos são pequenos órgãos compostos por tecido linfóide que se encontram espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos.  Os linfonodos atuam como filtro da linfa, antes da mesma retornar ao sangue, cada grupamento linfonodal é responsável pela drenagem de determinada parte do corpo, um exemplo são os linfonodos axilares que recebem tanto a linfa da mama como do braço.

Os linfonodos atuam como filtro da linfa. Quando algum microorganismo invade o corpo, ele é detectado ao passar por um linfonodo e começa haver multiplicação das células de defesa (linfócitos).

Alguns tipos de cânceres têm como sua principal via de disseminação pelo corpo o sistema linfático, o câncer de mama é um desses exemplos. (Quando há comprometimento de um linfonodo por câncer ele também pode aumentar de tamanho.) O comprometimento dos linfonodos axilares é um dos principais indicadores da evolução da doença, logo a sua retirada e avaliação pelo patologista orientam o mastologista quanto à necessidade de outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia, e também quanto a necessidade da retirada total dos linfonodos (em caso de comprometimento pelo câncer).

Durante a cirurgia, com a paciente ainda anestesiada, é realizada a biópsia de congelação (uma técnica de biópsia mais rápida, já que a paciente está anestesiada). Se o linfonodo estiver negativo, não se realiza o esvaziamento axilar.

Após a retirada dos linfonodos, as pacientes devem ter alguns cuidados (listados abaixo), a fim de evitar complicações. A complicação mais desconfortável para a paciente decorrente do esvaziamento axilar é o linfedema. Esse se manifesta com aumento do volume do braço (inchaço) e também pode ocorrer em diversos graus, desde alterações reversíveis e discretas até grandes inchaços com comprometimento da função do membro acometido.